sábado, agosto 05, 2017

Juliana Pimentel, produtora cultural, estréia hoje seu novo projeto "SereiCerrado" e nos concede uma entrevista, onde fala de seus projetos e sobre o Muvuca Festival, que aconteceu recentemente na cena cultural em Goiânia.

Dinalva Heloiza

Estreia hoje, no Coletivo Babilônia, dentro do projeto Conexão Norte Sul, abrindo a programação da noite, Juliana Pimentel com a tão aguardada produção da Muvuca Produções, “SereiCerrado”. Com um List de canções autorais, a artista se apresenta ao lado dos músicos BabySom Sales e Gabriel Azambuja. 

Ainda na programação da noite, se apresentam as bandas do Rap goiano "Liga Os Monstros", composta por Boca Seca, Sociedade Clandestina e Leon, juntamente com Kaverna Man. E ainda o show da Subversão Feminista, formada por Lara Khyshna e Regiane Mendonça, que juntas encontraram através do Rap uma das formas para expressarem suas manifestações.



O novo projeto musical de Juliana Pimentel, "SereiCerrado", tem uma pegada forte na musicalidade brasileira, entoando ritmos e sons, com boas letras, e uma bonita coreografia com muita dança. Com uma boa jornada trilhada junto a cena cultural goiana, Juliana Pimentel, agrega também as atividades de produtora do Muvuca Festival.




A expressão “Muvuca”, que segundo o Aurélio, significa - “aglomeração ruidosa de pessoas, especialmente jovens, em áreas públicas, bares etc., como forma de lazer; agitação”, sem dúvida, é a melhor definição para o Muvuca Festival, que neste caso, eu apenas substituiria a palavra “ruidosa” por “sons e ritmos”, e que recentemente realizou a sua 4ª Edição, superando todas as expectativas das edições anteriores, quando alcançou grande sucesso se consolidando junto à cena artística e jovem em cenário goiano. Ao longo das suas edições, o Festival, relativamente novo, traz uma proposta, em alçar-se como referencia a promoção de sons e ritmos de uma nova geração de talentos, que continuamente, vem se elevando junto ao cenário goiano.

O festival surgiu sob a batuta de Juliana Pimentel, natural de Goiânia, que, com apenas 22 anos e formação em produção cênica, além de produtora é também cantora, letrista, instrumentista idiofone, e atualmente focada no projeto que estreia hoje, “SereiCerrado", e ainda em agosto, ela retorna ao bloco Coró de Pau.


Juliana Pimentel Braga, além de toda essa bagagem artística, ainda que esporadicamente, toca “xequerê”, com o grupo de Samba-reggae, Visual Ilê, e realiza participações em percussão, com o bloco Coró de Pau.

Em uma rápida conversa com a equipe do Blog Diversidade e Cultura, Juliana nos conta como surgiu à ideia do festival, aqui também, ela discorre sobre seus projetos, em especial, “SereiCerrado”, e sua estreia, suas realizações, sonhos e planos para o futuro.



Acompanhe a seguir, esta entrevista.

Diversidade - Quando foi que surgiu essa inspiração pelas artes e como foi o inicio de suas atividades?

JP - Sou sobrinha do Julinho Pimentel, grande percussionista goiano que além de ter tocado com grandes nomes da música, como, Gilberto Gil, também foi percussor de atividades culturais na cidade de Goiânia. Ainda criança, eu acompanhava meio que, “rabo de olho”, as “maculelagens” que ele aprontava no palco, junto com meus primos, e hoje tenho certeza que ele foi minha primeira grande inspiração.

Aos 7 anos de idade, em 2002, comecei à escrever minhas primeiras poesias, e só em 2010, algumas viraram músicas. Dois anos após ter embarcado em meu primeiro projeto musical, com a Banda Heroína, uma banda de rock com músicas autorais, com foco em política e relações humanas, logo após o término da banda, que aconteceu em 2013, me afastei da música.

Em 2015, entrei para o Bloco de Percussão Coró de Pau, onde cresceu meu interesse por ritmos brasileiros. Neste projeto, apresentei-me por dois anos consecutivos com o grupo, e simultaneamente com outros, e com alguns músicos, parceiros, como o Grupo de Samba-reggae, Visual Ilê.

Em início de 2017, fui convidada pelo grupo Boca Seca, para gravarmos a música '' Pôr do Sol'', que integra o álbum '' Emancipado'', juntamente com o clipe, que ainda será lançado no segundo semestre de 2017.

E agora com o novo projeto ''SereiCerrado', apresento um show intimista que provoca em quem assiste uma verdadeira nostalgia marítima, com canções autorais nascidas em Goiânia e Salvador, juntamente com os músicos, BabySom Sales e Gabriel Azambuja.

Diversidade - Quem é a Juliana em cenário musical?  Conte-nos um pouco sobre as expressões musicais que você encena.

JP - Sou extremamente apaixonada pelos ritmos brasileiros e percussão. Nas minhas apresentações canto, danço e toco instrumentos percussivos idiofones, tais como, xequerê, ganzá, pau de chuva e castanholas.

Boa parte desses instrumentos é natural da Bahia, minha terra de coração. Por ser produtora, inconscientemente termino por preparar tudo com antecipação em minha mente, iluminação, marcação de palco, mídias, fotografia, tudo!

Tenho grande preocupação com o figurino, tanto que, no projeto “SereiCerrado” uso um figurino feito exclusivamente pra mim pela Kashmir, (tradicional loja de roupa indiana, em Goiânia, é uma roupa de sereia e o figurino é complementado com maquiagem, com referência africana, e um toque de contemporaneidade, em neon.

Diversidade - Nos conte um pouco mais sobre o projeto “SereiCerrado”, e como é sua participação?  

JP - O projeto “SereiCerrado” é meu novo filho, onde canto e toco músicas autorais, também realizamos algumas releituras de músicas brasileiras. Somos um trio, eu, BabySom Sales e Gabriel Azambuja. Todos com sangue baiano nas veias, eu e Baby, somos netos de baianos e Gabriel Azambuja (percussionista), é um baiano legítimo. Acho que a ancestralidade interfere diretamente no nosso processo de criação, todos participam do processo, tocando e cantando.

Diversidade - Juliana, você desenvolve uma série de projetos em âmbito cultural, discorra um pouco sobre o seu universo como produtora, quais destes projetos estão sendo trabalhados, além do Muvuca Festival, e nos conte um pouco sobre suas atividades na produção cultural.  

JP - A Muvuca Produções, ao longo destes anos trabalhou bem mais, junto ao cenário musical, sempre promovendo um encontro entre os artistas, nenhum evento teve menos de três artistas distintos, se apresentando, e a ideia é misturar mesmo, um conhecer o trabalho do outro e aumentar a formação de público dos grupos. E por acreditar na arte como instrumento de mudança social, 90% desses eventos foram gratuitos, entre eles, shows, festivais multiculturais, feiras, oficinas e até mesmo a programação cultural semanal da cidade.

Diversidade - Como foi produzir a IV Edição do Muvuca Festival?

JP - Foi muito gratificante, contar com a presença de importantes produtores do cenário goiano junto ao evento, além da integração dos artistas nestes dois dias do festival, uns prestigiando o trabalho dos outros. Contar com a presença de pessoas tão ilustres nos debates. E principalmente a interação de todo o público com o festival.

Diversidade - Quando e como ocorreu a concepção desse projeto, e quando ocorreu a primeira edição? 

JP - A concepção da primeira edição surgiu em uma mesa de bar, no centro da cidade, o que durou pouco mais de seis meses. Inicialmente, fui convidada a cantar neste bar, eu estava com infecção de garganta e somando com a falta de organização na forma das apresentações, quando fiquei muito grilada, decidi parar de cantar e fui beber. Foi bebendo e conversando com amigos, que decidi fazer um festival, onde o artista realmente se sentisse à vontade em se apresentar neste espaço.

 Diversidade - Como foi realizar a 1ª Edição do Muvuca Festival?

JP - Foi extremamente divertido, quase que brincadeira de criança. Houve muita união entre todas as bandas participantes, o que permitiu um festival totalmente colaborativo, e com uma proposta, que focou na integração de músicos e diferentes gêneros musicais, promovendo a união entre estes artistas da nova geração e percussores da música goiana.

Diversidade - Dentro dessa proposta, o festival prevalece em sua forma original, ou com o tempo houve mudanças em seu formato, conte-nos um pouco a respeito.  

JP - Por manter uma convivência junto ao meio cultural, num todo, e não somente em contexto musical, esse contato frequente com amigos que trabalhavam em outras vertentes artísticas, me permitiu uma visão mais ampla de todas as expressões artísticas, e já na segunda edição, inclui na programação, exposições de fotografia, poesia e oficina de percussão.
Na terceira edição, acrescentei exposição de artes plásticas, poesia encenada e apresentações circenses. E agora, na quarta edição, a novidade foram os debates realizados ao ar livre, de forma orgânica, onde discorremos sobre assuntos pouco abordados em cotidiano.

Diversidade - Considero o Muvuca um Festival de gente jovem, pra gente jovem, com uma excelente proposta, fale um pouco sobre o público que já adota o festival em sua agenda, e seu perfil no transcorrer destas edições?

JP - O público tem se tornado fiel, não somente ao festival e shows, mas também a todos os espetáculos e oficinas realizada pela Muvuca Produções, um bom exemplo é o projeto ‘’Novos Goianos’’, onde são convidados quatro cantores para dividirem o palco de maneira orgânica e sem ensaios, essa ideia, teve grande aceitação junto ao público, e uma grande procura de novos talentos, que buscaram participar. Na quarta edição do Muvuca Festival fiquei surpresa com a faixa etária do público, onde em grande maioria, prevaleceram os jovens, nas outras edições foi bem mesclado, pessoas de 18 aos 60 anos.

Diversidade - E como foi integrar nesta edição os debates, fale um pouco a respeito.
JP - Foi a primeira vez que realizamos debates, e sem dúvidas teremos em todas as outras edições. Pois na correria do cotidiano, na maioria das vezes, não separamos tempo pra debater assuntos de extrema importância, como, desmatamento do cerrado e economia criativa, temas principais dos dois debates que aconteceram no Muvuca Festival.

Diversidade - Como é produzir um Festival sem verbas, e totalmente gratuito? Quais os maiores desafios enfrentados nesta última edição?

JP - Nessa última edição ao contrário das outras, o festival recebeu apoio institucional da Secretaria de Cultura através da Lei de Incentivo a Cultura. Nas outras edições a forma de conseguir recursos para custear o festival, foi através da venda de bebidas, e o grande desafio foi concorrer com os ambulantes que chegavam na hora do evento, sem autorização, e pior, ao saírem não recolhiam o lixo produzido pelas atividades. Por ser mulher, nunca me respeitavam e na maioria das vezes eram agressivos. Em uma edição, quando um amigo colaborou com a organização, isso já não ocorreu.  

Diversidade - Quais projetos, a Muvuca Produções tem agendado em 2017, onde e quando serão apresentados? 

JP - No segundo semestre de 2017, a Muvuca Produções estará lançando o meu novo projeto musical ‘’Serei Cerrado’’, com estreia agendada, em 05 de agosto no Coletivo Babilônia, e ainda, a pré-produção do V Muvuca Festival, que acontece em 2018, e também um projeto indígena que ainda está guardado a sete chaves.

Diversidade - O que já podemos esperar da V Edição do Muvuca Festival, que acontece em 2018, já existe alguma previsão? 

JP - Em 2018, o festival promete um perfil ainda mais democrático, permitindo ao público, o poder de opinar diretamente na programação do evento, já no segundo semestre de 2017, daremos início as enquetes junto ao público, para que ele opine e participe da pré-produção do evento, em parceria com a gente.

Contatos Muvuca Produções
@muvucafestival

(62) 982274490 / 993948389 

























































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