terça-feira, maio 18, 2010

O Dia Internacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

O Dia Internacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi lembrado em todo o Espírito Santo através de protestos e ações. O dia começou com uma manifestação no município de Vila Velha. Nesta terça-feira (18), o Comitê de Enfrentamento à Violência Sexual do município canela-verde denunciou: está há cinco meses sem receber verbas do município e, por isso, fechou as portas, deixando de atender aproximadamente 185 crianças e jovens.

Com faixas, cartazes e um carro de som, cerca de 40 manifestantes se deslocaram de Coqueiral de Itaparica até a Prefeitura de Vila Velha. O protesto também lembrou os 37 anos do assassinato da menina Araceli Sanchez, morta, em Vitória, aos oito anos de idade em um dos crimes mais trágicos do país.

O comitê questiona a falta de repasse de verbas para o Programa Sentinela, que ampara vítimas de exploração sexual. De acordo com membros do Comitê de Enfrentamento à Violência Sexual de Vila Velha, durante o ano de 2009, o Programa Sentinela ficou cinco meses desativado por falta de um convênio entre o município e a Cáritas Arquidiocesana de Vitória, que é a responsável pelo programa. Por mês, o Sentinela deveria receber cerca de R$ 14 mil, advindos de verbas do Governo Federal e da municipalidade.

Segundo o secretário de Ação Social de Vila Velha, Anderson Almeida, as atividades do Programa Sentinela serão retomadas ainda esta semana. Ele justificou os atrasos nos repasses a entraves burocráticos.

Anderson assumiu a Secretaria de Ação Social do município há cerca de dois meses. De acordo com ele, uma auditoria já foi realizada nas contas da pasta para identificar qual destinação foi dada ao dinheiro que deveria chegar às mãos da Cáritas, para o Programa Sentinela. Nesta quarta-feira (19), uma equipe da Secretaria de Ação Social se reúne com funcionários do Comitê para traçar um plano de ações e trabalho que viabilizará a retomada do atendimento às crianças e jovens vítimas de violência sexual.

PRF.

A Policia Rodoviária Federal (PRF) junto com o Serviço Social do Transporte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte SEST/SENAT e Prefeitura Municipal da Serra (PMS) realizaram uma ação no posto rodoviário do município de Serra na BR 101. A conscientização voltada a motoristas e caminhoneiros aconteceu durante todo o dia.

O ato visou informar que a exploração sexual de crianças e adolescentes é crime passível de reclusão de quatro a dez anos e multa. Segundo a inspetora da PRF, Márcia Tirré, 35, nas rodovias federais do Espírito Santo há cerca de 30 pontos vulneráveis a exploração sexual. "Está sendo realizado um estudo pela PRF que resultará em um relatório nacional sobre pontos exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias do país". Conta Márcia.

O caminhoneiro Josmar Bonadiman, 32, conta que vê crianças e adolescentes se prostituindo na estrada há muito tempo e com frequência. "Se essa conscientização acontecesse há mais tempo, não teríamos tantas meninas nas estradas". O também caminhoneiro Firmino Oliveira, 42, diz que informar sobre o abuso contra crianças e adolescentes é válido. "Sempre tem um irresponsável que comete esses crimes e sujam o nome dos caminhoneiros".

A coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Serra, Mariane Leão, 33, pede que quando for presenciado cenas de exploração sexual infantil que seja denunciado. "Pode-se ligar para o Disque 100, que é um dique denúncia nacional. Ou ligar para o 181, disque denúncia estadual ou o 191, da PRF. Também há os Conselhos Tutelares ou a Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente".

As ações de conscientização da Polícia Rodoviária Federal durarão todo o mês junto com as prefeituras da Grande Vitória e Interior e serão concluídas em um encontro no Ministério Público Estadual com os Conselhos Tutelares. A Prefeitura Municipal da Serra fará panfletagem nos terminais de Laranjeiras e Carapina respectivamente na próxima quarta e quinta-feira.


Caso Araceli
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A menina de oito anos, Araceli Sanchez desapareceu após sair da escola, localizada na Praia do Suá. Foi drogada, estuprada, espancada, estrangulada.

Os assassinos, com o objetivo de dificultar a identificação do corpo da menina, ainda o imergiram em ácido. Foi seis dias até o corpo ser encontrado num matagal situado atrás do Hospital Infantil, também na região da Praia do Canto. No entanto, o cadáver da criança só foi reconhecido oficialmente após três anos.

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