domingo, junho 03, 2018

A talentosa rapper Mana Black surge na cena goiana, com uma linguagem engajada e manifestos criativos!

Dinalva Heloiza

O Rap é um estilo musical raro, onde a importância da linguagem se faz maior que o conjunto melódico ou seu contexto harmônico. O próprio significado do termo Rap tem origem no neologismo popular do inglês ao acrônimo entre rhyme and poetry, ou rima e poesia. Porém, apesar da associação com poesia e ritmo, o significado não é um acrônimo em si, mas descreve uma fala rápida que precede a forma musical, com variações em ritmo, rima e poesia.

Confesso que demorei um pouco a aceitar o Rap como música, salvo por algumas exceções. Pois, até pouco tempo, observando sob a perspectiva do seu discurso político e qualitativo, pude perceber que alguns artistas perderam-se nessa perspectiva, prevalecendo o desmantelamento da ordem social, onde não cabia o protesto criativo e lógico, aquilo que nos faz pensar, ao contrário, tomava forma o simples discurso de ódio, sem conteúdo humano.

                                                               Rapper Mana Black

Mas como tudo evolui e sempre traz mudanças, e diga-se em sua maioria muito bem vindas, novamente confesso que venho me surpreendendo e muito nesse cenário. De uns tempos pra cá, creio que a partir de um maior protagonismo das mulheres na cena, o Rap se tornou mais vivo e criativo, em um bem elaborado contexto de protesto. 

Essa vibração surge com o ritmo musical e principalmente por sua linguagem de protesto. O Rap entra na cena musical, com variações surpreendentes em sua linguagem, prevalecendo um alerta aos direitos humanos, a justiça social, a igualdade de gênero, enfim, se colocando como um forte instrumento de protesto e fomento a vontade política, mediante necessidades e anseios de uma sociedade, que deseja ter legitimado o atendimento de suas necessidades, em especial as mulheres, os afrodescendentes e a comunidade LGBTTI.

Mas claro que existem também os talentos que protagonizam esse cenário. E como cidadã goianiense, em muito me orgulho em conhecer e reconhecer algumas protagonistas dessas mudanças, principalmente porque surge nesse cenário uma grande promessa nacional, e porque não dizer internacional, uma jovem que com um pouco mais de maturidade em sua arte, com toda a certeza o céu será o limite. 

Com indiscutível talento, tanto em linguagem quanto em desempenho a cena goiana nos brinda, com uma forte representante da mulher negra e feminista nata, uma jovem que utiliza o Rap de protesto, como instrumento de um discurso bem elaborado, o que nos faz pensar em quanto ainda temos por fazer. Estou falando do talento de Maísa Pâmela, a Rapper Mana Black.  

Mana Black surge na cena independente do estilo Rap, com um talento assustador aos incautos de plantão. Detentora de uma performance que incorpora a força autoral e revela a qualidade dos seus  discursos, Mana Black desenvolve um trabalho onde ela bem utiliza seu discurso como um manifesto, transitando entre a força de sua linguagem e uma performática atuação que também lhe concede o talento de atriz e modelo, atividades que também mantém em cenário local. 

Através da linguagem do Rap, Mana Black em seu trabalho autoral, destaca a resistência e representatividade da mulher negra, com fundamentos de um discurso bem elaborado, onde ela se coloca em cena contra os estigmas da opressão social, em especial em combate ao machismo e racismo, preconceitos que infelizmente ainda se manifestam em sociedade.


A jovem artista iniciou sua carreira em 2017 e até o momento conta com cinco músicas em seu repertório, três delas, já disponíveis em formato de videoclipes, podendo ser acessadas nas plataformas de vídeo, como o YouTube. São produções bem elaboradas com a assinatura da própria artista, onde ela desenvolveu também os roteiros e a direção, em uma parceria com a Fogateia Filmes.

O último videoclipe gravado por Mana Black é intitulado “Manas de Poder” aborda a união, resistência e militância entre as mulheres. Os outros videoclipes que se destacam em seu repertório são: “Pisando no Ego” e “Machistas não Passarão”.

A Rapper em um ano de atuação já se apresentou nos palcos da UFG – Universidade Federal de Goiás; SESC – Serviço Social do Comércio; Sarau das Minas que acontece no delicioso Evoé Café com Livros; também já se apresentou nos palcos da Diablo Pub e Roxy; na cena do Chorinho que ocorre todas as sextas dentro do projeto, “Grande Hotel vive o Choro”; junto ao Galpão Complexo Criativo; e no Sarau da Bal, dentre outros.

                                                              Karol Conka e Mana Black

Mais recente, Mana Black foi convidada a subir no palco onde se apresentava a super talentosa Karol Conka, momento em que a artista interpretou um de seus hits mais consagrados em cenário goiano, “Machistas não Passarão”, o evento ocorreu durante o 42º CONUBES – Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, que aconteceu em Goiânia, em final do ano de 2017.

Veja a seguir alguns dos videoclipes de Mana Black.


                                                          "Machistas não Passarão"



                                                                     "Pisando no Ego"


                                                                "Manas de Poder"

Contatos e redes sociail:

Instagram: Mana Black
E-mail: manablackrapper@gmail.com

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