Dinalva Heloiza de Oliveira
Ao discorrer sobre os novos e
valiosos talentos que surgem através do gênero literário, faz-se necessário compreender o processo de globalização da informação o qual flui através da web, e que tão fortemente contribui para a difusão
da literatura e a excelente safra de novos talentos, os quais de tempos em tempos encantam
o mundo literário, e monopolizam milhares de leitores.
Neste papel tem um destaque especial às redes sociais e blogs, os quais permitem a criação de deliciosas páginas, que se tornam verdadeiras salas de leitura e nos possibilitam um maior reconhecimento destes talentos e suas obras.
Neste papel tem um destaque especial às redes sociais e blogs, os quais permitem a criação de deliciosas páginas, que se tornam verdadeiras salas de leitura e nos possibilitam um maior reconhecimento destes talentos e suas obras.
Foi justamente através destas
ferramentas, que conheci, o trabalho de uma autora em especial, Maria Júlia
Pontes, ou simplesmente Majú.
Maria Júlia Pontes
Paulista, graduada em Letras,
pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, é também professora
de Língua Inglesa, Português e Literatura na cidade de São Paulo. Maria Júlia é
escritora, poeta e autora, possui um título publicado em 2008, “Língua-Expressões Poéticas”, pela THS Editora de São Paulo, e ainda em 2008, foi premiada por seu
poema “Febre” com o Prêmio Menção Honrosa do Prêmio Internacional Nósside.
O Prêmio Internacional de Nósside é o único concurso global, plurilinguístico e multimedia, organizado pelo Centro de Estudos Bosio, sob a chancela da UNESCO.
Capa do 1º livro publicado, “Língua e Expressões Poéticas - THS 2008” - de Maria Júlia Pontes
Menção Honrosa Prêmio Internacional Nósside
Febre
(Maria Júlia Pontes)
A nostalgia se embrenhou pelos
meus cânticos
E causou pirexia em tons
românticos,
A noite se alastrou pelo meu dia
Fervi cada palavra que ardia,
Busquei em cada nuvem tão sombria
Os restos do amor que me movia,
O sol escondido em rima pura
Sombreava de amarelo minha
clausura,
Rasguei minhas lembranças
carcomidas
Sequei minhas saudades
matricidas,
Resgatei o meu corpo combalido
Deixei que me inundasse a libido,
Bebi cada verso escaldado,
Reli todas as cartas do amado.
Maria Júlia, com certeza pode se
considerar parte de um seleto grupo de jovens, autoras e autores, que tão sabiamente nos conduzem em sua fluência literária. A competência e desenvoltura com que conduz o desenrolar de seus textos, a profunda qualidade de seus versos a disposição de suas mais íntimas observações, são ingredientes que nos fazem fiéis aos seus textos.
Mas o que certamente nos permite
uma mais profunda observação, é sem dúvida, o diálogo que ela mantem entre o
literário e o musical. Eu particularmente defendo o apagamento entre as
fronteiras literárias e musicais, visto que esta interação resulta em um
híbrido interposto com valor substantivo, a palavra-música, e que por vezes
predomina no contexto literário-musical e flui belamente de tempos em tempos
pelo cancioneiro nacional.
Essa característica de Maria
Júlia é descrita muito bem na apresentação de “Língua e Expressões Poéticas”
por "Anderson H. e Muryel De Zoppa", - escritores e poetas - onde eles comentam:
“A arte de Maria Júlia Pontes,
indelevelmente, traz as marcas da sonoridade, do ritmo e do verso praticado
pelos mestres populares do centro oeste brasileiro, tais como os cururueiros-
mestres do verso cantado, instrumental/dança/vocal/poesia, traz melopeia,
fanopéia e logopéia, sublimados rearranjos (in) versos, postos irrequietos
pulsantes, de sobremaneira musicais. No que se refere às unidades de
expressão, Maria Júlia vai além dos demais por construir imagens de um Xamã Feminino
no melhor estilo de Erva do Diabo, prosa de Carlos Castaneda, sem desmerecer os
símbolos sagrados politeístas”.
Neste cenário, esta jovem poeta e
escritora, terá pela segunda vez, um de seus poemas musicados pelo amigo e parceiro
Rui Villani, músico, também poeta e integrante do BDE. Aqui Rui, fala um
pouquinho sobre este segundo trabalho, com Maria Júlia. - “Este poema de Maria Júlia
Pontes, por ser praticamente um soneto, necessita apenas de um pouco de ajuste
na métrica e alguns ritmos nas estrofes finais para que a melodia corresponda
adequadamente à beleza do poema”, comenta Rui.
Este poema, é o intitulado
“Derradeira”, que também integra 4ª Antologia do Bar do Escritor, a qual será lançado
pelo BDE durante a realização da 11ª FLIP em 2013– Festa Literária
Internacional de Paraty, que acontece todos os anos na cidade de Paraty, estado
do Rio de Janeiro.
O primeiro poema de Maria Júlia
Pontes, também musicado pelo parceiro e amigo Rui Villani, foi o Bar-co das Letras,
um poema que Rui transformou em um belo fado.
Maria Júlia Pontes
O Bar-co das letras
(Maria Júlia Pontes)
Truncados nas redondilhas,
fincam dedos na madeira,
cães da mesma matilha
na corredeira jogados
retalhos de vidas inteiras,
na escrita um legado,
no anverso da moeda cunhado
doutos versos rijos mundanos,
de médico e louco um pouco
poetas, contistas, insanos,
um retrós que nunca finda
em viés letras tecidas,
outra colcha então cosida
nesse afã que é só revés
sua escrita, sua guarida,
no seu barco, seu convés.
Rui Villani, que modestamente se
diz amador em música. Possui na verdade mais de 300 composições de sua autoria.
Foi premiado em um festival colegial nos anos de 1970, e posteriormente
continuou tocando e compondo. Conhece harmonia e se entende muito bem com os
acordes. “A música me vem como vem a poesia, de forma intuitiva”, comenta Rui
Ao perguntar a Majú, como foi escrever o poema “Derradeira”,
este que está sendo musicado por
Rui Villani, ela comenta:
“O poema "Derradeira" aflorou, ou meio,
que surgiu ... quase pronto, não exigiu muito trabalho - À esses poemas eu denomino “vindos do âmago”.
Os outros, quando penso em algo que me remete a um tema, levo um pouco mais de
tempo me informando e escrevendo”, conclui Majú.
Atualmente, Maria Júlia, trabalha
para publicar um segundo volume de sua autoria, - material já existe o
suficiente a busca é por patrocínios – o que esperamos poder contribuir para
que este trabalho seja reconhecido, pois o material é de primeira qualidade.
Maria Júlia, possui alguns blogs
de sua autoria -(Blogs – vide links no verso), além de páginas em redes
sociais, a exemplo do Facebook, onde publica sempre que possível um novo poema,
uma prosa poética, um soneto, etc.
Neste ano de 2013, Majú, completa
sua terceira participação publicada na série Antologias do Bar do Escritor, que
lança sua 4ª Antologia – “Tomo IV” - título este, que faz uma referencia ao
nome desta confraria, que periodicamente nos brinda com gratificantes doses de
boa literatura.
- A Primeira Participação, ocorre
na Segunda edição da Antologia BdE - Intitulada “Brand” datada de 2011:
- Pg. 43, “Pecado escada a baixo” (prosa poética);
– Pg. 91, “Do que não escrevi nos muros dos colégios” (poema);
– Pg. 115. “Sonhos mofados” (poema); e
- Pg.178 - “Rebento de contradições” (poema).
A Segunda Participação, vem em
seguida, com a Terceira edição da Antologia do
BdE - intitulada “ 3a Dose” de 2012 :
-Pg. 52, "Súbito” (poema);
- Pg. 104, "Non
Dimenticarti di Me” (poema)";
-Pg. 111, "A memória também me falha por compulsão” (prosa
poética);
-Pg. 128, “Luzia “(poema);
-Pg. 192. "Arrebatamento
íntimo” (poema).
A Terceira Participação, acontece
agora em 2013, com o lançamento da Quarta Antologia BdE - que leva o título “TOMO IV”- com
lançamento previsto durante a FLIP 2013 - Festa Literária de Paraty, onde Maria
Júlia participa com dois poemas e duas prosas poéticas.
- "Vai", (prosa poética);
-"Derradeira", (poema);
-"Invernar", (prosa poética );
-"Doer", (poema).
Outras Antologias
Além das participações junto as
Antologias do Bar do Escritor, Maria Júlia Pontes, participou também da série “Antologia do PRP”, onde ela tem um
artigo publicado sobre a mulher, intitulado, "A Mulher e a Poesia", e ainda a poesia “20 páginas”.
Outra significativa participação antológica
de Maria Júlia foi na “1ª Antologia
Literária Feminina Mulheres Nuas”, organizada por Paulinho Dhi Andrade, com os
poemas: "Non Dimenticarti di me"; "Súbito"; e "A
memória também me falha por compulsão".
A seguir, aprecie a fluência
lírica de Maria Júlia Pontes em “Derradeira”,
“Derradeira”
(Maria Júlia Pontes)
Onde está amor de minha aurora
Eu te sinto em meus músculos e
nervos
Entre beijos e quimeras de
outrora
Colado em nossos sonhos e acervos
Inda amo nossas noites em nostalgia
Pois tu és minha imensidão e
exiguidade
O meu pão e meu alento de cada
dia
Contração de nossa bipolaridade
Vem amor! Minha noite está
sombria
Corvos rondam perseguindo
cotovias
E seu castanho entremeia o verde
ávido
De meus desejos esquisitos e
impávidos
Corre amor que nosso tempo é um
fio
Eu te quero em dose única e
cálida
Restaurar nosso sossego tão
tardio
Somos hoje só o ouro das
crisálidas
Onda mansa recortando mar bravio
Transbordando lua mansa em dose
pálida.
Acesse os links abaixo e conheça
os blogs da autora e a página que ela mantém no facebook, onde sempre que possível ela publica um novo
poema, um soneto, uma prosa poética, etc. Links da Autora Maria Júlia Pontes.