terça-feira, maio 31, 2016

“Almofariz do Tempo” de Cássia Fernandes é lançado hoje, (31/05) na Casa de Cultura Altamiro de Moura Pacheco, inaugurando o Selo literário Pantheon da Nega Lilu Editora.

                                        Capa "Almofariz do tempo" - Cássia Fernandes

Reconhecida como romancista de ficção, a jornalista e escritora Cássia Fernandes, após 15 anos de seu último romance, lança hoje sua reestreia num rico cortejo a fonte lírica da poesia, com a obra “Almofariz do tempo”. Em definição a sua nova criação, Cássia relata em entrevista, que “os textos tratam de sentimentos e histórias que transcorrem em um período de transformação do modelo das relações, em que tanto homens e mulheres sabem que os velhos modelos já não lhes servem, mas que experimentam com angústia novos formatos que ainda desponta”.

                                               A autora, Jornalista e Escritora, Cássia Fernandes


Em uma conversa informal com a escritora ela me diz, “Almofariz do Tempo”, reúne poemas produzidos ao longo de 15 anos e que eu costumava publicar em meu antigo blog Almofariz e em redes sociais. São poemas criados a partir de fatos banais do cotidiano doméstico e profissional, muitos chistes, pequenas narrativas sob a forma de poesia."

Em 2000, eu havia publicado um pequeno romance, selecionado na Bolsa de Publicações Cora Coralina e, embora a prosa, particularmente o romance, seja a minha aspiração, sempre tive a poesia como prática cotidiana. Reunir essa produção em livro agora é estreitar uma relação com os leitores, uma relação que foi construída ao longo dos anos, mas que parece fugás e diluída na internet, com o grande fluxo de informações que a caracteriza.  


A obra inaugura o Selo Pantheon da Editora Nega Lilu, e tem o apoio institucional da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Goiânia, Almofariz do Tempo, resgata elementos encontrados em narrativas de diferentes períodos da história, em textos bíblicos, na mitologia, na literatura grega antiga e que muitas vezes estigmatizam a mulher, ora rotulando como bruxa (uma versão feminina do alquimista), ora louca. “Em Almofariz do tempo, emoções e experiências comuns e banais do cotidiano são transfiguradas pela poesia, ganham sentido e universalidade, aliviando a carga de dor presente nelas”, Cássia comenta. 
Uma das metáforas ativas no processo descrito pela autora se apresenta como “transfiguração pela poesia” o almofariz, utensílio empregado na culinária, para a mistura de temperos. O mesmo objeto também era usado na Idade Média, em práticas de Alquimia, na busca pela chamada “pedra filosofal”, substância que seria capaz de transformar qualquer matéria em ouro, bem como curar todas as doenças e garantir a eternidade.

Para a escritora, a poesia é o próprio condimento da vida, aquilo que lhe dá sabor, por isso, fazer poesia é uma atividade extremamente lúdica, mas ao mesmo tempo de catarse. “Por meio da arte, conseguimos transformar as experiências banais e até superficiais do cotidiano em algo repleto de sentido. Nos irmanamos, percebemos que somos diversos, mas extremamente iguais e, se isso não é um remédio, ao menos um lenitivo para a dor de nossa transitoriedade e mortalidade”, observa.

Almofariz do tempo é o primeiro título do catálogo do Selo Pantheon da Nega Lilu Editora. Disponível em formato bolso/bolsa, o livro conta com tiragem de 1000 exemplares, em sua primeira edição. Para cada unidade, haverá uma capa exclusiva – transformada pela ação de um almofariz –, provocativa do tato, do olfato, e também do paladar. Essa concepção inovadora tem a assinatura de Carlos Sena e Larissa Mundim.

Conteúdo poético


O livro tem em sua composição, 51 poemas organizados em seis seções. Uma delas é “O Amor nos Tempos de Cópula”, uma referência ao romance, O Amor nos Tempos do Cólera, de Gabriel García Márquez, na qual a escritora se debruça sobre a extrema superficialidade das relações, centradas no sexo, mostrando que, embora enredadas na era das sensações, as pessoas mantêm nostalgia da era dos sentimentos.

Ao contrário do que ocorre no romance de García Márquez, em que Florentino Ariza espera por 50 anos até que seu amor por Fermina Daza se concretize, os amores vivenciados em Almofariz do tempo se iniciam e terminam instantaneamente. O mesmo ocorre na seção “Antologia de Amores Inacabados”, em que cada poema é uma breve história passional.

Em “Caderno das Inconstâncias” está presente a preocupação com a impermanência das relações. A autora, que se define como “alguém que nunca saiu do exílio”, se reencontra em suas raízes rurais na infância de criança interiorana, em Pontalina, alcançando a universalidade da experiência humana, por meio de suas vivências regionais. “Percebo também, como Carlos Drummond de Andrade, que nossa história também pode ser tão bonita quanto à de Robson Crusoé”, observa Cássia Fernandes.

O livro de Cássia recebe os cuidados de uma equipe que ama o que faz e busca se superar a cada projeto editorial, a revisão é de Vinícius Vargas, o projeto gráfico de Luana Santa Brígida, a produção gráfica ficou ao encargo do cientista Carlos Sena e Larissa Mundim faz a coordenação editorial. A professora e doutora em Linguística (UFG) Luana Alves Luterman é autora do prefácio, no texto “O percurso do enigma: decifra-me ou te devoro” Luana, faz uma bela introdução a complexidades da vida cotidianamente tratadas na fila do supermercado.

Cássia Fernandes publicou em 2000 o romance “Cartas que não te escrevi”, selecionado na Bolsa de Publicações Cora Coralina. Em 2006, a coletânea “Escritos para Uso Pessoal e Doméstico”, poemas impressos em pequenas caixas, lançado por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Publicou ainda crônicas e contos no jornal O Popular e no site, além de textos em prosa e poesia em seu blog http://almofariz.blogspirit.com/. Graduada em Comunicação Social (Jornalismo) e Letras, é pós-graduada em Cinema, ela também dirige a Produtora La Lumière – A Casa de Todas as Histórias.
  


SERVIÇO
Lançamento do livro “Almofariz do tempo”, de Cássia Fernandes.
Hoje 31 de maio 2016 (terça-feira) – ás 20h
Local: Casa de Cultura Altamiro de Moura Pacheco (Av. Araguaia, 240, Centro – Goiânia/GO).
Valor do livro: R$ 20,00
Entrada franca
Mais info: www.negalilu.com.br

Assessoria de imprensa: zeroum comunicação – 9968-1658

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